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sábado, 19 de outubro de 2013

Cem anos do Poetinha

SONETO DO AMIGO


Enfim, depois de tanto erro passado 

Tantas retaliações, tanto perigo 

Eis que ressurge noutro o velho amigo

Nunca perdido, sempre reencontrado. 

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano. 
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...


Los Angeles, 1946.
19/10/1913 - 09/07/1980
Fonte: http://www.viniciusdemoraes.com.br/

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